É consensual, quer por parte das comissões de nutrição (ESPGHAN, 2017; Comissão de Nutrição da SPP, 2012) quer pela OMS (WHO, 2009), que o lactente pode ser exclusivamente amamentado durante os primeiros 6 meses de idade, devendo a amamentação manter-se a par da diversificação alimentar e durante a introdução na dieta familiar, ou seja, até aos 12-24 meses. Durante o primeiro semestre de vida, caso o leite materno se torne insuficiente, a alimentação deve continuar a ser exclusivamente láctea, devendo utilizar-se, em complementaridade ou em alternativa, fórmulas infantis, cuja composição é concebida para se aproximar à do leite humano (Hojsak, 2018). Importa referir que o aleitamento materno, mesmo que parcial ou em período menor que o desejável, mantém um efeito benéfico quando comparado com a alimentação exclusiva com fórmula infantil.
Depois dos seis meses de idade, uma alimentação exclusivamente láctea não supre, por si só, as necessidades energéticas e em alguns micronutrientes (ferro, zinco, vitaminas do complexo B entre outros), tornando-se necessária a introdução de outros alimentos.
A par da introdução de novos alimentos, deverá ocorrer uma redução progressiva do volume de láteos, concretamente de leite. No 2º semestre de vida o somatório de todos os lácteos (leite, iogurte e queijo) não deve exceder 500 – 700 ml/dia.
Figura 1. O início da diversificação alimentar a partir dos 6 meses
A oferta alimentar durante esta importante fase deve ser baseada na variedade e qualidade. A importância da nutrição na programação, não apenas do paladar e das preferências (programação de comportamentos) mas também da saúde / doença futura (programação metabólica), justificam a escolha para oferta ao lactente apenas de alimentos que integram a cadeia alimentar e a Roda dos alimentos. Não devem, pois, ser oferecidos alimentos processados (ex: bolachas) nem com adição de açúcar (ex: sumos, sobremesas, bolos, doces) ou sal, sendo estes 2 aditivos (sal e açúcar) proibidos durante o 1o ano de vida.
De um modo em geral, para as crianças saudáveis, todos os alimentos podem ser introduzidos a partir da diversificação alimentar, exceto o sal, o açúcar, o mel, bebidas açucaradas e chás (nomeadamente por alguns deles conterem funcho) e a proibição do uso de leite de vaca como fonte láctea principal até aos 12 meses, salvaguardando-se o aumento progressivo da textura dos alimentos até à introdução na dieta familiar. No entanto descreve-se de seguida uma proposta de esquema para a diversificação alimentar.
Depois dos seis meses de idade, uma alimentação exclusivamente láctea não supre, por si só, as necessidades energéticas e em alguns micronutrientes (ferro, zinco, vitaminas do complexo B entre outros), tornando-se necessária a introdução de outros alimentos.
A par da introdução de novos alimentos, deverá ocorrer uma redução progressiva do volume de láteos, concretamente de leite. No 2º semestre de vida o somatório de todos os lácteos (leite, iogurte e queijo) não deve exceder 500 – 700 ml/dia.
Figura 1. O início da diversificação alimentar a partir dos 6 meses
A oferta alimentar durante esta importante fase deve ser baseada na variedade e qualidade. A importância da nutrição na programação, não apenas do paladar e das preferências (programação de comportamentos) mas também da saúde / doença futura (programação metabólica), justificam a escolha para oferta ao lactente apenas de alimentos que integram a cadeia alimentar e a Roda dos alimentos. Não devem, pois, ser oferecidos alimentos processados (ex: bolachas) nem com adição de açúcar (ex: sumos, sobremesas, bolos, doces) ou sal, sendo estes 2 aditivos (sal e açúcar) proibidos durante o 1o ano de vida.
De um modo em geral, para as crianças saudáveis, todos os alimentos podem ser introduzidos a partir da diversificação alimentar, exceto o sal, o açúcar, o mel, bebidas açucaradas e chás (nomeadamente por alguns deles conterem funcho) e a proibição do uso de leite de vaca como fonte láctea principal até aos 12 meses, salvaguardando-se o aumento progressivo da textura dos alimentos até à introdução na dieta familiar. No entanto descreve-se de seguida uma proposta de esquema para a diversificação alimentar.
Figura 2. Proposta de diversificação alimentar para lactente saudável
Figura 3. Alimentos não permitidos durante o primeiro ano de vida
O 1º grupo de alimentos que eventualmente poderá ser introduzido será o dos hortofrutícolas ou o dos cereais, ou seja, o creme de legumes ou a papa ou ainda a fruta.
O creme de legumes não deve incluir mais de 4 legumes, distribuídos da seguinte forma: 1 do grupo dos legumes “base” (batata normal ou doce, chuchu, curgete, beringela ou couve-flor), 1 do grupo dos fornecedores de betacarotenos (cenoura ou abóbora), 1 do grupo dos ricos em antioxidantes (cebola, alho ou alho-francês) e 1 de folhas (alface, brócolo, couve coração, etc. e feijão verde).
Figura 4. Creme de Legumes para crianças no início da diversificação alimentar
A introdução da fruta pode ocorrer desde o início da diversificação alimentar. Importa, no entanto, referir que não devem ser excedidas inicialmente 1, e a partir dos 6 meses 2 peças de fruta por dia, preferencialmente da época e variada (cores diferentes). A fruta não deve ser usada como uma refeição/merenda, mas sim como sobremesa das refeições principais ou integrando/complementando uma merenda. Inicialmente devem ser oferecidas moídas e preferencialmente cruas (para não perderem as vitaminas termolábeis), podendo a maçã, a pera e a banana ser os primeiras a ser introduzidas.
Figura 5. Consumo de fruta a partir dos 6 meses
A partir dos 7-8 meses será importante aumentar a oferta de hortofrutícolas menos moídos (crus e cozinhados), para estimular o treino das texturas.
A proteína animal (não látea) deve ser introduzida ao 6º mês, constituindo uma fonte importante de fornecimento de ferro hémico. Assim, a partir do 6º mês devem ser oferecidas ao lactente 30 g/dia de carne ou de peixe, peso considerado para o alimento cru e limpo de gordura, de forma a oferecer 4 vezes por semana carne e 3 vezes por semana peixe. Tradicionalmente inicia-se a introdução com carnes de aves (frango, peru, avestruz) ou de coelho, menos ricas em ferro do que as carnes de bovino, mas também com menor teor de gordura saturada.
A carne e o peixe podem ser inicialmente adicionados ao creme de legumes, açorda ou farinha de pau e a partir dos 7 meses adicionar ao arroz, massa ou cuscus.
Após um período em que a introdução de todos os alimentos foi ocorrendo de uma forma gradual, respeitando as características da criança e os hábitos da família, chegou a altura de se integrar na dieta familiar, reforçando ou implementando hábitos alimentares saudáveis. Assim, a primeira mensagem importante será continuar a apostar na variedade da oferta alimentar. É importante variar ao máximo os alimentos que são oferecidos à criança, promovendo a familiarização com o máximo de sabores e texturas, e contrariando a neofobia alimentar (aversão a novos alimentos) característica de crianças entre os 2 e os 6 anos de idade.
Fonte: Carla Rego et al. Alimentação Saudável dos 0 aos 6 anos – Linhas de Orientação para Profissionais e Educadores. PNPAS, 2019.
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